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O povo português, dadas as suas dificuldades económicas, aprendeu a valorizar o seu património, poupando-o até mais não poder ser.
Hoje quero falar da louça udada pelos pobres e pelos remediados. Comprada na feira, tinha de durar uma vida; mas o uso diário, as mãos dos mais velhos enfraquecidas, as dos pequenos pouco treinadas, deixavam a sua marca: escorregou, caiu, ficou em cacos!
Após o sermão, onda nem sempre faltava uns tabefes aos mais novos, apanhava-se tudo com mil cuidados e aguardava-se até se ouvir a gaitinha do amolador.
" Amolar tesouras e navalhas! Compor chapéus, botar um pano novo! Loiça partida!"
Aquele prato feito em 5, levou 7 gatos!(foto 2)
Mas não lhe faltou nada : cola feita de farinha centeia, gatos de arames vindos dos ganchos maiores do cabelo das mulheres e catorze buraquinhos feitos pela maquineta curiosa que era um" furador de loiça". (foto 3)
(tirado do livro do museu de Silgueiros)